BRASIL COLÔNIA: As Invasões Francesas

   Os franceses nunca se conformaram com a divisão das terras que estavam sendo descobertas, no início da Idade Moderna, entre os países ibéricos. O rei da França Francisco I (1515-47) certa vez teria afirmado: “O sol brilha para todos e desconheço a cláusula do testamento de Adão que dividiu o mundo entre portugueses e espanhóis”. A presença francesa no nosso litoral, para obter pau-brasil, levou a coroa portuguesa a organizar as expedições guarda-costas, comandadas por Cristóvão Jacques, que foram enviadas ao Brasil.
 

    Em 1555, os franceses, liderados por Villegaignon, invadiram o Rio de Janeiro, onde tentaram fundar a França Antártica, que seria, ao mesmo tempo, uma colônia comercial e um refúgio para os huguenotes. Os franceses instalaram o forte Coligny, na entrada da Baía da Guanabara e estabeleceram relações de amizade com os índios tamoios (tupinambás) que habitavam a região. Em 1560, os portugueses começaram a mobilizar-se para desalojá-los e um ataque, comandado pelo Governador-Geral Mem de Sá, culminou com a rendição dos franceses e sua aparente retirada. Entretanto, assim que os portugueses se foram os franceses remanescentes, que tinham conseguido abrigo entre os índios, voltaram e reconstruíram a fortificação. Cinco anos depois, com a ajuda do sobrinho Estácio de Sá, o governador organizou nova expedição para expulsá-los. Desta vez, os portugueses firmaram posição na região, fundando a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Os franceses foram definitivamente expulsos dali, em 1567.


   Em 1612, no contexto da União Ibérica, os franceses fizeram nova tentativa de se fixarem no litoral brasileiro. Comandados por Daniel de La Touche, invadiram o Maranhão, onde queriam fundar a França Equinocial. Fundaram o forte de São Luis, que originou, mais tarde, a atual capital maranhense e em seguida, instalaram feitorias nas regiões próximas. A presença francesa era vista, pelos portugueses, como uma séria ameaça ao seu domínio do litoral norte e, também, da foz do rio Amazonas, que era estratégica para a penetração na região e a exploração das suas riquezas. A coroa portuguesa, nestas condições, não mediu esforços para expulsar os invasores. Assim, foi enviado, a partir da capitania de Pernambuco, um grande contingente militar comandado por Alexandre Moura e por Jerônimo de Albuquerque que, depois de vários combates e escaramuças, conseguiu derrotar e expulsar os franceses do Maranhão.

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