CONFLITOS DO SÉCULO XXI: A Invasão do Afeganistão (2001)

        O governo Bush utilizou o episódio dos atentados de 11 de setembro para justificar sua política externa agressiva e belicosa, apoiada pelos setores conservadores ligados ao complexo militar-industrial e petrolífero norte-americano. Seu objetivo é controlar as fontes de energia e as regiões estratégicas do planeta, para garantir a hegemonia mundial dos EUA. Formulada na “Doutrina Bush”, a teoria da “guerra preventiva” afirma que os EUA têm o direito de atacar os países “fora-da-lei” que apóiam o terrorismo internacional (Afeganistão, Irã, Síria) ou que representam uma ameça regional aos interesses norte-americanos (Iraque, Coréia do Norte, Venezuela).

       Com apoio de uma coalizão internacional e com a aprovação da ONU, os EUA atacaram o Afeganistão, onde Osama Bin Laden havia instalado bases da Al-Qaeda, com o apoio do regime talebã, grupo radical muçulmano que assumiu o controle do país depois da retirada dos  soviéticos. Em outubro começaram os bombardeios e, no mês seguinte, teve início a ofensiva terrestre. Além da sua esquadra no Mar Índico, os EUA precisaram utilizar bases no Paquistão e no Uzbequistão para atacar o território afegão. Com o apoio de grupos tribais oposicionistas (Aliança do Norte, as tropas anglo-americanas  derrotaram o talebã e destruíram as bases da Al-Qaeda, conquistando as principais cidades do Afeganistão: Cabul, Kandahar e Mazar-el-sharif.


        
          O terreno montanhoso, entretanto, dificulta operações militares de grande envergadura e a luta dos guerrilheiros muçulmanos se manteve em vários focos de resistência que começaram a crescer desde 2003, quando a Guerra no Iraque forçou a retirada de parte das tropas americanas que estavam no Afeganistão. Um país arrasado com centenas de milhares de vítimas, e novamente controlado por grupos ligados ao narcotráfico, foi o principal saldo da invasão já que Bin Laden não foi capturado e hoje boa parte do território afegão voltou a ser dominado pelos guerrilheiros muçulmanos. 

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