O
governo Bush utilizou o episódio dos atentados de 11 de setembro para
justificar sua política externa agressiva e belicosa, apoiada pelos setores
conservadores ligados ao complexo militar-industrial e petrolífero
norte-americano. Seu objetivo é controlar as fontes de energia e as regiões
estratégicas do planeta, para garantir a hegemonia mundial dos EUA. Formulada
na “Doutrina Bush”, a teoria da “guerra preventiva” afirma que os EUA têm o
direito de atacar os países “fora-da-lei” que apóiam o terrorismo internacional
(Afeganistão, Irã, Síria) ou que representam uma ameça regional aos interesses
norte-americanos (Iraque, Coréia do Norte, Venezuela).
Com apoio de uma coalizão internacional e com a aprovação da ONU, os EUA
atacaram o Afeganistão, onde Osama Bin Laden havia instalado bases da Al-Qaeda,
com o apoio do regime talebã, grupo radical muçulmano que assumiu o controle do
país depois da retirada dos soviéticos.
Em outubro começaram os bombardeios e, no mês seguinte, teve início a ofensiva
terrestre. Além da sua esquadra no Mar Índico, os EUA precisaram utilizar bases
no Paquistão e no Uzbequistão para atacar o território afegão. Com o apoio de
grupos tribais oposicionistas (Aliança do Norte, as tropas
anglo-americanas derrotaram o talebã e
destruíram as bases da Al-Qaeda, conquistando as principais cidades do
Afeganistão: Cabul, Kandahar e Mazar-el-sharif.
O
terreno montanhoso, entretanto, dificulta operações militares de grande
envergadura e a luta dos guerrilheiros muçulmanos se manteve em vários focos de
resistência que começaram a crescer desde 2003, quando a Guerra no Iraque
forçou a retirada de parte das tropas americanas que estavam no Afeganistão. Um
país arrasado com centenas de milhares de vítimas, e novamente controlado por
grupos ligados ao narcotráfico, foi o principal saldo da invasão já que Bin
Laden não foi capturado e hoje boa parte do território afegão voltou a ser
dominado pelos guerrilheiros muçulmanos.
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