O Período
Clássico, isto é, o século V a.C., corresponde à fase de apogeu e o início declínio da
civilização grega. Ameaçadas pelo expansionismo do Império Persa, as
cidades-estado gregas se uniram e, lideradas pelos atenienses, saíram
vencedoras de uma longa luta que marcou quase toda a primeira metade do século.
A vitória nas Guerras Médicas abriu para Atenas e para outras cidades gregas um
período de prosperidade que, por sua vez, permitiu as maiores realizações da
civilização helênica. Sob o governo de Péricles, estrátego-mor, Atenas viveu
seu momento de maior brilho e se tornou o centro econômico e cultural de todo o
mundo grego, a “escola da Hélade”. Todavia, o imperialismo ateniense desencadeou
a resistência de muitas cidades gregas, especialmente de Esparta, a tradicional
rival. O longo conflito, conhecido como Guerra do Peloponeso, durou cerca de
três décadas e, ao seu final, deixou as cidades gregas exauridas, facilitando a
vitória dos macedônios e seu domínio sobre a Grécia.
Após as Guerras Médica, Atenas atingiu o auge do seu poder e influência
sobre o mundo grego. A liderança da Liga de Delos, a consolidação do seu
poderio marítimo e o desenvolvimento comercial e manufatureiro transformaram
Atenas no grande centro econômico e cultural da Grécia. A cidade atraiu artífices,
mercadores, sábios e artistas de todo mundo mediterrâneo. A democracia
escravista ateniense atingiu seu ponto culminante e, no plano cultural, a
civilização grega viveu o momento das suas maiores realizações. O teatro, as
artes, a filosofia tiveram seu momento de maior brilho e o próprio Parthenon,
símbolo da civilização grega, foi construído nessa época.
O governo
de Péricles, líder do partido marítimo assinalou a fase de apogeu da democracia
e do imperialismo atenienses. A Eclésia, assembléia popular, transformou-se no
principal órgão político, onde todas as decisões importantes eram votadas. Foi
estabelecida a remuneração de vários cargos públicos, o que possibilitou uma
maior participação das camadas populares na administração dos negócios do
Estado. A realização de grandes obras contribuiu para absorver os desempregados
e os sem-terra. A expansão econômica e a estabilidade social e política
favoreceram, por sua vez, o intenso desenvolvimento artístico e intelectual que
marcaram essa época. Durante o governo de Péricles, a cidade de Atenas transformou-se
num modelo para todo o mundo helênico.
O
predomínio do partido marítimo na democracia ateniense teve como desdobramento,
no plano externo, uma agressiva política imperialista cujo objetivo fundamental
era garantir a hegemonia ateniense, de modo a defender os interesses do seu
comércio e da indústria. Atenas estabeleceu sua hegemonia sobre todas as
cidades gregas que formavam a Confederação de Delos, impondo seu comando
supremo da esquadra aliada, que se tornou um instrumento para assegurar sua
dominação econômica, político e militar. Além disso, Atenas apoderou-se do
tesouro da Liga que passou a ser utilizado, sob o governo de Péricles, tanto
para fortificar como , também, para embelezar a cidade com obras e realizações.
O imperialismo ateniense, entretanto, gerava uma resistência crescente por
parte de muitas cidades confederadas. Atenas reprimiu de maneira implacável as
tentativas de dissidência.
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