SENSO COMUM E SENSO CRÍTICO

O SENSO COMUM


Chamamos de senso comum o conhecimento que é adquirido naturalmente pela tradição e pelo costume. É um conhecimento herdado das outras gerações, ao qual se acrescenta o resultado da experiência de cada indivíduo dentro da comunidade em que vive. Trata-se de um conjunto de idéias e valores que permitem às pessoas interpretarem a realidade, estabelecendo uma avaliação ou juízo que lhes permite interagir com o mundo.

Todos nós fazemos julgamentos e emitimos opiniões acerca da realidade que vivemos. O senso comum constitui-se como um conjunto de conhecimentos intuitivos admitidos como verdade por um grupo social e que tem uma tendência à universalidade. Esses saberes intuitivos podem facilmente ser identificados com o que costumamos chamar de “sabedoria popular”. Embora não sejam dotadas de um caráter científico, o conhecimento típico do senso comum atende, de certo modo, às necessidades de orientação para a vida prática das pessoas e para as situações cotidianas. Por outro lado, é uma forma de conhecimento que tende a resistir às mudanças, ou seja, se apresenta e se organiza de uma maneira conservadora.



O SENSO CRÍTICO


O senso comum pode conter idéias falsas e preconceituosas, pois uma das suas características elementares é justamente a ausência de criticidade. Ele estabelece uma concepção do mundo sem bases muito precisas, metódicas ou sistemáticas e acaba conferido a um saber prático, comum e cotidiano, um “status” de conhecimento verdadeiro, definitivo e absoluto. Por não ser um conhecimento refletido, e por estar misturado com crenças e preconceitos diversos, o senso comum é um conhecimento ingênuo, difuso e fragmentado. Por isso, está sujeito, muitas vezes a incoerências e até mesmo contradições. Além disso, é uma forma de pensar normalmente conservadora, que resiste às mudanças.

Quando surge a dúvida ou o questionamento das verdades estabelecidas pelo senso comum começamos a desenvolver uma consciência crítica. Um esforço racional e metódico, que busca explicar de maneira coerente e precisa aquilo que queremos conhecer, nos leva ao que se denomina senso crítico. Na origem da Filosofia, e com ela as ciências que depois se separaram como conhecimento especializado, está o espanto diante da realidade e a disposição de produzir um conhecimento em bases críticas.

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