EPISTEMOLOGIA: Realismo e Idealismo

O CONHECIMENTO

    O desenvolvimento da consciência está associado a uma busca incessante pelo homem, desde os primórdios, por compreender a si mesmo e ao mundo a sua volta.  Chamamos de conhecimento ao pensamento resultante da relação que se estabelece entre o sujeito que busca conhecer e o objeto a ser conhecido. Essa apropriação intelectual do objeto pressupõe uma regularidade nos fenômenos da existência e do mundo, caso contrário a consciência cognoscente não teria como superar o caos.

CORRENTES EPISTEMOLÓGICAS 

Desde a Antiguidade, filósofos como Platão e Aristóteles investigaram as origens, as possibilidades, os fundamentos, e o valor do conhecimento num esforço que passou a constituir o que se denomina epistemologia. Mas foi na Idade Moderna que as investigações de pensadores como Descartes, Locke e Kant colocaram a Teoria do Conhecimento como uma das disciplinas centrais da Filosofia.


   Embora não exista um consenso sobre o próprio conceito de conhecimento, podemos afirmar que para muitos filósofos conhecer é representar cuidadosamente o que é exterior à mente. Isso significa que, nessa concepção representacionista, o conhecimento é uma representação, ou seja, é uma imagem ou uma reprodução mental da coisa conhecida. Nesse sentido, só haveria conhecimento se o sujeito conseguisse apreender o objeto, isto é, se conseguisse representá-lo na sua mente numa “imagem adequada”. Numa reflexão filosófica sobre o processo do conhecimento pode ser dada maior importância ao sujeito (idealismo) ou pode ser privilegiado o papel do objeto (realismo).

   O realismo entende que o conhecimento ocorre por uma apreensão (que pode ser imediata) das características do objeto. Isso significa que os objetos se mostram ao sujeito que os percebe como realmente eles são. De acordo com as teorias realistas do conhecimento, as percepções que temos dos objetos são reais, ou seja, correspondem de fato às características presentes nesses objetos. Apesar das divergências que dividem os filósofos realistas, todos eles acreditam que o objeto é determinante no processo de conhecimento.

   O idealismo, por sua vez, entende que no processo do conhecimento o sujeito é que predomina em relação ao objeto. Assim, a percepção da realidade é realizada pelas nossas idéias e seria uma construção da nossa consciência. A teoria idealista do conhecimento afirma que aquilo que existiria como realidade seria apenas a representação que o sujeito faz dos objetos, que seriam construídos na mente do sujeito de acordo com sua capacidade de percepção, mas não necessariamente seriam atributos presentes no próprio objeto.

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