Grandes Batalhas: Batalha Naval de Riachuelo (1865)


A Batalha de Riachuelo, travada no dia 11 de junho de 1865 entre a esquadra imperial do Brasil e a esquadra paraguaia, foi decisiva para os rumos da Guerra do Paraguai. Os navios brasileiros haviam navegado rio Paraná acima com a missão de bloquear os portos paraguaios. O ditador paraguaio Francisco Solano Lopez, ciente do perigo que isso representava, decidiu atacá-los na foz do arroio Riachuelo, situada perto da cidade argentina de Corrientes, onde numerosas ilhas e ilhotas dificultam a passagem. Nesse lugar os paraguaios haviam guarnecido em segredo a margem direita do rio, com uma bateria de 22 canhões.


A esquadra do almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, futuro barão do Amazonas, era composta por 5 navios, com um total de 59 bocas-de-fogo e 2.287 homens embarcados, enquanto os paraguaios, comandados pelo capitão-de-fragata Pedro Inácio Meza, dispunham de 8 navios e seis baterias flutuantes, ou chatas, com 67 bocas-de-fogo e 5 mil homens. O combate entre essas duas forças navais começou pela manhã, e em determinado momento, decidido a acabar de vez com a frota paraguaia, o almirante Barroso avançou com a proa do navio a vapor Amazonas para cima das embarcações inimigas, numa manobra tentada pela primeira vez no mundo. Com as colisões, três navios paraguaios foram completamente inutilizados, e ao perceberem isso os comandantes dos demais fugiram rio acima, perdendo quatro barcos e todas as chatas, com 1.500 homens. A batalha durou dez horas sangrentas. Ao final, Barroso manobrou rapidamente para abalroar e por a pique três embarcações inimigas com seu navio, o Amazonas. Assim, assegurou a vitória. As perdas brasileiras foram de um navio e 247 homens, entre mortos e feridos.

A vitória brasileira na batalha de Riachuelo exerceu uma influência considerável nos rumos da guerra contra o Paraguai, porque além de impedir que Solano Lopez invadisse a província argentina de Entre Rios, deteve a ofensiva até então triunfante do Praguai, fazendo com que seu exército, sob o comando do tenente-coronel Antonio de la Cruz Estigarribia (que havia atravessado o rio Uruguai e ocupado as povoações de São Borja, Itaqui e Uruguaiana) a partir daquele momento, perdesse a iniciativa da luta e se limitasse a praticar uma tática militar totalmente defensiva, até a derrota final do Paraguai, que ocorreu em 1870 com a morte de Solano Lopez.

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