A palavra filosofia vem do grego, significa amor pelo saber
e é empregada, vulgarmente, com vários sentidos. Pode significar uma visão de
mundo adotada por uma pessoa ou uma sociedade numa determinada época, por
exemplo. Pode também se referir à sabedoria de vida adquirida por um indivíduo
ou, ainda, a uma estratégia ou princípios que norteiam o funcionamento de uma
empresa, instituição, etc. Na nossa tradição cultural, a Filosofia, é
entendida como uma área do conhecimento que procura dar uma explicação racional
para a realidade natural e humana, ou seja, um tipo de especulação e uma forma
de pensar o mundo que surgiram por volta do século VI a.C. nas colônias gregas
do litoral da Ásia Menor, e que exerceram profunda influência na formação da
civilização ocidental moderna. Isso não implica negar a importância de um
pensamento com alto nível de abstração e valor especulativo e de formas de
conhecimento presentes no hinduísmo, no confucionismo ou mesmo em outros
movimentos espirituais. Por sinal, foi na época em que surgiram os primeiros
filósofos gregos, que também viveram sábios como Zaratustra na Pérsia, Confúcio
na China e Sidarta Gautama (Buda) na Índia, cujos ensinamentos ainda exercem
grande influência sobre os povos do oriente e suas culturas. Mas essas são
doutrinas que têm outras preocupações, outros pressupostos e objetivos
diferentes daqueles que buscou a filosofia ocidental na sua evolução.
Esta consiste num esforço racional e sistemático para conceber o mundo como uma
totalidade ordenada e dotada de sentido. A filosofia, entendida como busca de
um conhecimento lógico e metódico da realidade natural e humana, ou seja, da
origem do mundo, das causas das transformações na natureza ou ainda do sentido
das ações humanas e que, além de uma compreensão crítica da realidade, é capaz
de refletir sobre si mesmo, nasceu no mundo grego. Ela se baseia na ideia de
que o homem, como ser livre e dotado de consciência, pode compreender
racionalmente o universo e a si mesmo, produzindo um conhecimento válido sobre a
realidade na qual está inserido. O surgimento da Filosofia corresponde à
passagem do saber mítico (simbólico, metafórico e alegórico) para o pensamento
racional (lógico, conceitual, sistemático) quando os mitos parecem não dar mais
respostas satisfatórias para certas questões colocadas pelos homens. É verdade
que essa passagem do mito à Filosofia não se deu de maneira abrupta e nítida.
Durante um longo tempo, e ainda hoje, a linguagem dos mitos convive com as
concepções religiosas e com os saberes gerados racionalmente pela Filosofia e
pela Ciência, que dela derivou, mais tarde.
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