BRASIL COLÔNIA: A União Ibérica (1580-1640)

   A morte de Dom Sebastião, último rei da dinastia de Avis, lutando contra os árabes no norte da África, em 1578, reabriu em Portugal o problema da sucessão ao trono. Dom Sebastião morreu sem deixar herdeiros e o poder passou a ser exercido por seu tio, o Cardeal Dom Henrique, que faleceu logo depois. Felipe II, rei da Espanha, conseguiu se impor frente aos demais pretendentes ao trono, graças ao enorme poder e influência da dinastia de Habsburgo. A burguesia portuguesa, que até então fora contrária ao domínio espanhol, agora via com bons olhos a união das duas coroas devido à possibilidade de lucrar com o comércio e ter acesso aos metais preciosos que os espanhóis encontraram nas suas colônias da América.

   Em 1580, Felipe II assumiu o trono português e estabeleceu a União Ibérica, que perduraria até 1640. Durante esse período, o Brasil e as outras possessões coloniais portuguesas também passaram, é claro, para o domínio espanhol. Esse episódio da história portuguesa trouxe conseqüências importantes para o Brasil. Por um lado, como deixaram de existir fronteiras entre os domínios portugueses e espanhóis, que foram estabelecidas em Tordesilhas, houve uma maior penetração dos portugueses nas regiões do interior, avançando em terras que, mais tarde, foram incorporadas ao território brasileiro. Por outro lado, a dominação espanhola levou o Brasil, como as demais colônias espanholas, a sofrer os ataques e invasões por parte dos países que estavam em guerra com a Espanha, como a Inglaterra, a França e a Holanda protestante, que travou uma longa guerra de independência até se libertar do domínio Habsburgo.

   Um dos períodos em que se intensificaram os ataques piratas foi o final do século XVI. Entre os piratas e corsários ingleses que atacaram o litoral brasileiro, nessa época, destacam-se: os corsários Edward Fenton, que atacou e pilhou embarcações no litoral antes de aportar em Santos (1583) e Robert Withrington, que fez o mesmo no litoral da Bahia, antes de atacar Salvador (1587). Devem ser destacados, também, Thomas Cavendish, o corsário que atacou e saqueou Santos, antes de atacar Vitória (1591-92) e James Lancaster, o pirata que pilhou Recife e, logo depois, atacou Olinda, onde permaneceu por um mês (1594). No século XVII, depois da primeira tentativa, fracassada, de invasão dos holandeses na Bahia, Pieter Heyn liderou ataques aos navios que estavam nos portos de Salvador e Vitória (1627). 

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