Os
legisladores foram magistrados que procuraram resolver a crise que se instalou em Atenas, quando os novos segmentos sociais, enriquecidos com o comércio e o artesanato, passaram a reivindicar o direito de ocupar os cargos e participar das decisões políticas. Eles promoveram reformas
que, ainda que fossem conquistas importantes, não chegavam a colocar em risco
as estruturas oligárquicas de poder. Em 621 a .C., Drácon, um eupátrida, foi nomeado
para elaborar as primeiras leis escritas de Atenas. O código redigido por ele era
extremamente rígido nas normas e rigoroso nas penas, de onde provém o adjetivo
“draconiano” para algo muito severo. Mesmo assim, a lei escrita e igual para
todos representava um avanço extraordinário com relação à lei que antes era
oral e monopolizada em favor dos eupátridas. A severidade das leis promulgadas
por Drácon e o fato delas não extinguirem totalmente os privilégios dos
aristocratas fizeram aumentar o clima de insatisfação e revolta na cidade, que
já se encaminhava para uma guerra civil.
Para restabelecer a paz na cidade, em 594 a .C., foi nomeado Sólon, um
comerciante enriquecido de origem aristocrática, com plenos poderes para
promover as reformas que fossem necessárias. Sólon aboliu a escravidão por
dívidas e eliminou as hipotecas sobre a terra. Limitou a extensão das
propriedades e proibiu a exportação do trigo, de modo a minimizar a fome dos
mais pobres. Também adotou várias medidas importantes para o desenvolvimento
mercantil e manufatureiro e dotou Atenas de um padrão monetário, usando a prata
explorada no Láurion. No plano político, Sólon instalou um regime político que
pode ser caracterizado como uma “plutocracia” ou uma “timocracia”, ou seja, um
sistema de governo em que a participação nos cargos e nas decisões é
determinada pela riqueza dos cidadãos. Estes foram divididos em quatro faixas
de renda, sendo que os mais ricos podiam ser nomeados arcontes e os integrantes
das três primeiras classes podiam ser sorteados para o “Conselho dos
Quatrocentos”, a Bule, que passou a exercer funções legislativas. A classe mais
pobre, a dos tetes, podia votar na assembléia e participar dos tribunais.
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