Os sumérios, provavelmente vindos da Ásia
Central, fixaram-se na Baixa Mesopotâmia no IV milênio a.C. Desenvolveram a
agricultura e o pastoreio às margens do Tigre e do Eufrates, onde foram
surgindo numerosas aldeias. O comércio que se desenvolveu, com a produção de
excedentes na agricultura e no artesanato, transformou essas aldeias, séculos
depois, nas primeiras cidades. Com a chamada “Revolução Urbana”, ocorrida por
volta de 3.200 a .C.,
ocorria o surgimento da civilização. A escassez de minerais, pedras e madeira
logo estimulou as trocas com povos de regiões mais distantes.
As cidades cresciam, normalmente, ao redor
de um templo que era considerado o centro econômico, político e religioso da
comunidade. Os templos, quase sempre administrados por uma corporação de
sacerdotes, controlavam a maior parte das terras e dos rebanhos. Distribuíam
lotes e sementes para os camponeses, organizavam a produção e as obras de
irrigação, armazenavam as colheitas e faziam a distribuição de alimentos e
materiais de acordo com as necessidades da comunidade. Os camponeses e artesãos
utilizavam, inicialmente, instrumentos muito rudimentares de madeira e pedra. O
cobre teve seu uso difundido na mesopotâmia no II milênio a.C.
As “cidades-templos” ou “cidades-estados”
sumérias tinham total autonomia econômica, política e religiosa e não estavam
submetidas a nenhum tipo de poder central. Eram cidades independentes
governadas por um soberano chamado patesi
ou lugal, que acumulava a autoridade
política, militar e religiosa. Com o tempo, essa função se tornou hereditária e
esses reis, que representavam o deus da cidade, fundaram as primeiras dinastias
governantes. As cidades-estado sumérias mais importantes foram Ur, Kish,
Lagash, Uruk, Eridu e Umma. Durante séculos, elas travaram uma acirrada disputa
pela hegemonia na região, mas nunca conseguiram uma unidade política permanente.
A rivalidade e o constante conflito entre elas acabaram por enfraquecê-las,
abrindo caminho para o domínio dos acádios, povo oriundo do deserto da Arábia.
Os acádios, povo nômade pastoril de origem
semita, foram se instalando, gradualmente, na altura do curso médio do rio
Tigre. Fundaram várias cidades, das quais a mais importante foi Acad, a sua
capital. Em 2.340 a .C.,
sob o governo de Sargão I, os acádios estenderam seus domínios e submeteram as
cidades sumérias, fundando o primeiro reino centralizado na Mesopotâmia. O
império acádio foi destruído pela invasão dos gútios, povo nômade vindo das
montanhas da Armênia que avançou na região, em 2.180 a .C. Depois da
expulsão dos gútios, a cidade de Ur conseguiu impor sua supremacia no sul da
Mesopotâmia e a civilização dos sumérios viveu um período de brilho e
desenvolvimento que só terminou com a chegada dos elamitas, que conquistaram a
região por volta de 2.000 a .C.
Nessa época, os amoritas (povo semita
originário do deserto da Arábia) começavam a se fixar mais ao norte, no centro
da Mesopotâmia. Sua cidade mais importante, a Babilônia, foi se transformando num
grande centro comercial, principalmente por sua posição privilegiada. Os
amoritas foram estendendo a sua dominação por toda a Mesopotâmia e fundaram o
que se tornou conhecido como I Império
Babilônico. O apogeu desse império se deu sob o governo de Hamurábi, cerca de 1750 a .C., que se tornou
célebre por suas conquistas militares e pelo código de leis que promulgou.
Depois de sua morte, o grande império babilônico entrou em decadência até ser
destruído pela onda invasora dos hititas e dos cassitas, vindos do norte.
Entre 1.300-700 a .C. a região foi marcada
pela expansão do Império Assírio. Esse povo guerreiro, vindo do planalto de
Assur, teve o primeiro exército permanente e organizado de que se tem notícia.
Os reis Tiglatpileser III, Sargão II e Senaqueribe estenderam os domínios
assírios por todo o Oriente Médio, mantinham sua dominação através de uma
política de terror e violência com os povos subjugados. O reinado de
Assurbanipal (669-631 a .C.)
assinalou o momento de máximo poderio dos assírios. A partir daí, seu império
foi se desintegrando devido às constantes rebeliões das populações dominadas.
Uma aliança entre os caldeus e os persas levou a destruição de Níneve, a
capital dos assírios, em 612 a .C.
Os caldeus são também conhecidos como
neobabilônios por terem construído um II Império Babilônico. Nabucodonossor,
seu maior soberano, realizou grandes obras, como os Jardins Suspensos, e estendeu
o domínio babilônico por toda a região do Oriente Médio. Depois de anexar a
Palestina, escravizou os judeus que viveram, então, o “cativeiro babilônico”. Eles
foram libertados em 539 a .C.,
quando os persas conquistaram a Mesopotâmia. Depois de Nabucodonossor, o
império caldeu entrara em decadência, o que facilitou o domínio persa.
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