Durante o século VI a.C. o Império Persa expandiu
suas fronteiras por todo o Oriente Médio, do Egito até a índia, do Índico até o
Mediterrâneo. As colônias gregas da Jônia foram tributadas pelos persas que
passaram a controlar o comércio no Mar Negro e no Mar Egeu. Em 492 a .C. um levante liderado
por Mileto rebelou as cidades gregas contra o domínio persa. A revolta contou
com o apoio das cidades gregas, especialmente com Atenas, cujos interesses
comerciais estavam seriamente afetados pelo expansionismo do império
aquemênida. Depois de sufocar a rebelião
e arrasar as cidades-estado da Jônia, o imperador persa, Dario I, enviou um exército
para conquistar a Grécia, submeter os gregos e incorporar a Península Balcãnica
aos seus domínios. O exército invasor tentou desembarcar, em 490 a .C., no litoral da
Ática, na planície de Maratona, distante cerca de quarenta quilômetros de
Atenas. Dez mil atenienses, liderados por Milcíades, bateram os invasores persas
na praia e impuseram uma humilhante derrota para o poderoso império oriental.
Em 480 a .C., teve início a Segunda Guerra Médica,
quando Xerxes, o sucessor de Dario, invadiu a Grécia com um exército de cerca
de trezentos mil soldados, que era acompanhado por uma poderosa esquadra,
composta por mil e duzentos navios, para abastecê-lo. Além de vingar a derrota
do pai, o imperador Xerxes queria dobrar, de vez, a resistência dos gregos,
péssimo exemplo para os povos dominados pelos persas. Sabendo dos preparativos
da invasão, as cidades gregas, ameaçadas, tinham se reunido em Corinto, um ano
antes, quando firmaram uma aliança defensiva. Esparta foi escolhida para
chefiar as forças terrestres, enquanto Atenas assumiu o comando da esquadra e
das forças navais. As tropas persas avançaram pelo norte e, apesar da heróica
resistência do rei Leônidas e seus trezentos guerreiros espartanos, nas
Termópilas, os gregos não lograram detê-los. Os persas ocuparam a Ática, incendiaram
Atenas e destruíram a Acrópole.
No mar, entretanto, Xerxes sofreu um sério
revés. A frota helênica, capitaneada por Temístocles, conseguiu atrair os
barcos inimigos para um local de águas pouco profundas, onde eles encalharam ou
não conseguiram manobrar. A frota persa foi completamente arrasada pelos gregos
na batalha naval de Salamina. Sem poder abastecer seus soldados e sem cobertura
naval, Xerxes precisou recuar para a Beócia, enquanto pedia reforços do
oriente. Um exército comandado pelo espartano Pausânias, com guerreiros vindos
de várias cidades, conseguiu derrotar, definitivamente, os persas na batalha de
Platéia, em 479 a .C.
Enquanto isso, a esquadra grega, novamente liderada por Atenas, impôs nova
derrota ao inimigo, destruindo a frota persa na batalha naval de Micale. Assim,
foi possível libertar as colônias gregas do litoral da Jônia e eliminar, por
completo, a presença dos persas na Ásia Menor.
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Em 478 a .C., sob a liderança de Atenas, as cidades
gregas se agruparam numa aliança naval conhecida como Confederação de Delos, a
ilha que servia como sede para as reuniões da liga. As cidades que participavam
da confederação comprometiam-se a contribuir, anualmente, com uma quota de
guerreiros e de navios, ou então uma importância equivalente em dinheiro. O tesouro da
Liga deveria ser utilizado para sustentar o custo da guerra contra o “grande
rei”, como os gregos denominavam o imperador persa. Atenas assumiu,
naturalmente, o comando da Confederação pelo papel que cumprira na defesa da
Grécia e pelo poderio da sua esquadra. A vitória sobre os persas iniciou um
período de enorme prosperidade para as póleis gregas, em especial para Atenas,
graças ao desenvolvimento do comércio e do artesanato. Uma intensa atividade
mercantil era possível graças ao constante patrulhamento que a frota da Liga
exercia nas águas do Egeu e do Mar Negro. Uma paz definitiva com os persas,
entretanto, só foi firmada com a assinatura do Tratado de Susa, em 448 a .C.
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