A CIVILIZAÇÃO CRETO-MICÊNICA

   Na origem da civilização grega estão os povos indo-europeus que penetraram na península balcânica durante o II milênio a.C. Os aqueus, os primeiros que se instalaram na região, acabaram entrando em contato uma cultura adiantada que florescia na Ilha de Creta, ao sul da Grécia, por volta de 1.700 a.C. A civilização cretense, ou minóica, prosperou com o comércio marítimo, que seus mercadores controlavam no Mediterrâneo oriental, na época. Escavações feitas em Creta, no início do século XX mostraram vestígios dessa brilhante civilização, cujos principais centros urbanos se encontravam Cnossos, Faístos e Malia. Nelas foram encontrados os grandiosos palácios que, provavelmente, inspiraram lendas como a Teseu e o Minotauro ou que se referem ao rei Minos. Os aqueus que, inicialmente, absorveram os conhecimentos e as técnicas da cultura cretense, acabaram, por volta de 1.400 a.C., invadindo a Ilha de Creta e destruindo a sua talassocracia.


   A civilização aquéia é também denominada creto-micênica pela forte influência dos elementos cretenses porque seu mais importante centro de difusão foi a cidade de Micenas. Depois de destruírem a civilização minóica, os micênicos dominaram o comércio marítimo na região e viveram um período de apogeu até cerca de 1.200 a.C., quando os últimos invasores indo-europeus, os dórios, avançaram na península balcânica. Os dórios, bem mais belicosos e com arma de ferro, avançaram de maneira violenta na região, destruindo e saqueando as cidades e massacrando parte da população. Aqueles que conseguiram fugir do avanço dório se refugiaram nas ilhas próximas do mar Egeu ou no litoral da Ásia Menor. Esse episódio contribuiu para uma primeira expansão da cultura que originou, séculos depois, a civilização helênica. Esse movimento ficou conhecido como a primeira diáspora grega.

  O início da Idade do Ferro na região balcânica, a partir da chegada dos dórios, coincidiu, então, com o período que os historiadores denominam “Idade das Trevas”. De fato, a região  mergulhou num verdadeiro caos e viveu um retrocesso que só foi revertido nos séculos seguintes. A introdução da técnica de fundição do ferro, entretanto, motivou dois desdobramentos importantes. Como é um minério mais abundante na natureza, o uso de armas e instrumentos de metal deixou de ser um privilégio de poucos homens ou comunidades. Em primeiro lugar, isso disseminou a guerra que se tornou algo quase ritual para os gregos. Além disso, fez avançarem as forças produtivas, o que teve como conseqüência, a longo prazo, a desagregação da sociedade gentílica, ou seja, da sociedade comunal.

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