Para
aquelas correntes epistemológicas que admitem a possibilidade do conhecimento,
logo se coloca a questão da sua origem. Embora a questão já tivesse sido
colocada pelos filósofos antigos, foram pensadores modernos que passaram a
investigar metodicamente essa questão. Novamente, duas correntes divergentes se
posicionaram frente ao problema: o racionalismo e o empirismo. Mais tarde, uma
síntese das duas concepções foi realizada por Immanuel Kant, pensador ligado ao
Iluminismo alemão.
Racionalismo – é uma
teoria do conhecimento quase se baseia na tese de que, além do conhecimento
adquirido pela experiência sensível há, principalmente, o conhecimento pela
razão. Essa epistemologia tem como ponto de partida o sujeito pensante e não o
mundo exterior e enfatiza a existência de idéias fundadoras do conhecimento.
Isso significa que o racionalismo tem como princípio fundamental a existência
de idéias inatas, ou seja, o sujeito pensante possuiria certo tipo de idéias
que já nasceriam com ele e, por isso mesmo, não dependeriam da percepção de um
objeto exterior para existirem. René Descartes foi o grande formulador do
racionalismo moderno e Spinoza foi outro grande representante dessa corrente.
Empirismo – é
uma teoria do conhecimento baseada no princípio de que, em última instância, a
origem de todo conhecimento está na experiência sensível. De acordo com essa
corrente epistemológica, quando nascemos nossa mente é uma “folha em branco” e
não existem idéias inatas. A percepção sensorial seria sempre o ponto de partida
do processo do conhecimento. Em função disto, os empiristas tendem a valorizar
mais a experiência concreta, a investigação natural e a liberdade de pensamento
como fontes de um conhecimento verdadeiro. Na Inglaterra, entre os séculos XVII
e XVIII, viveram os mais importantes filósofos ligados ao empirismo como Thomas
Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume.
Apriorismo – a
teoria kantiana se baseia na concepção de que existem, no ser humano, certas
estruturas que possibilitam a experiência sensorial (as formas a priori de
sensibilidade) e que determinam a compreensão que temos das coisas (as formas a
priori do entendimento). As formas a priori de
sensibilidade são: o tempo e o espaço. Percebemos e representamos a realidade
sempre nestas duas condições. O conhecimento seria, portanto, o resultado de
uma interação entre o sujeito que conhece (de acordo com suas próprias
estruturas a priori) e o objeto conhecido. Isso significa que não
conhecemos as coisas em si mesmas (o ser em si), ou seja, como elas realmente
são. Só conhecemos as coisas ou os fenômenos tal como os percebemos, ou seja,
condicionados por nossas próprias estruturas mentais.
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