As
possibilidades e as condições que existem para um conhecimento válido e
verdadeiro também dividem as opiniões dos filósofos. A verdade, num sentido
básico, significa correspondência entre o que o sujeito pensa ou diz e a
realidade que ele quer conhecer ou expressar. Para a filosofia, que procura
fazer uma abordagem radical da realidade, conhecer a verdade implica buscar o
que é fundamental nas coisas, isto é, o seu “ser” no dizer dos filósofos. Para
conhecer a verdade é preciso apreender o objeto naquilo que lhe é essencial, ou
seja, no que lhe é intrínseco e inerente. Duas correntes antagônicas se
posicionam com relação à possibilidade de conhecimento da verdade: o dogmatismo
e o ceticismo.
Dogmatismo – uma doutrina é considerada dogmática quando
defende, de forma categórica, que é possível atingir o conhecimento da verdade.
O dogmatismo ingênuo, que é característico do senso comum, confia plenamente na
possibilidade do nosso conhecimento e acredita que percebemos o mundo tal qual
ele é. Esse tipo de dogmatismo tem certeza da verdade e nem sequer considera
que possa existir algum problema na relação entre o sujeito que conhece e o
objeto que é conhecido. O dogmatismo crítico confia na capacidade de
conhecermos a verdade, mas entende que isso só é possível através de um esforço
conjugado dos nossos sentidos e da nossa inteligência. Considera que as coisas
nem sempre se apresentam como realmente são, mas afirma que, mediante um
trabalho metódico e científico o homem pode conhecer a realidade do mundo.
Ceticismo
– uma concepção é considerada cética quando afirma a
impossibilidade de conhecermos a verdade e entende que tudo é ilusório. O
ceticismo absoluto consiste em negar de forma total, qualquer possibilidade de
conhecimento. Os céticos argumentam que nossos sentidos, de onde são
provenientes nossos conhecimentos, não são confiáveis e podem nos induzir ao
erro. Por outro lado, as opiniões divergentes daqueles que raciocinam sobre um
mesmo assunto mostrariam os limites da nossa inteligência. O ceticismo
relativo, entretanto, não assume essa posição radical, estéril e mesmo
contraditória. Ele apresenta uma posição mais moderada e nega apenas
parcialmente nossa possibilidade de conhecer. Suas várias vertentes são:
Subjetivismo
– considera o conhecimento uma relação puramente subjetiva e pessoal. A verdade
não está nas coisas (seria uma construção da nossa mente) sendo impossível
alcançar alguma objetividade.
Relativismo
– entende que não existem verdades absolutas, apenas verdades relativas que só
são válidas num determinado contexto histórico.
Probabilismo
– afirma que nosso conhecimento é incapaz de atingir uma certeza completa. No
máximo conseguiríamos uma verdade provável, com uma credibilidade maior ou
menor.
Pragmatismo – está baseada numa concepção prática do homem. Nesse sentido, o conceito de verdade passa a ser aquilo que é útil, que funciona e dá certo, que beneficia as pessoas na sua vida ativa.
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