A ESCRITA E A LITERATURA
A escrita
hieroglífica, inventada pelos egípcios ainda no período pré-dinástico, foi,
inicialmente, privilégio e monopólio dos sacerdotes e escribas. Era uma escrita
do tipo ideográfico, isto é, os sinais transmitem idéias. A utilização de tinta
e papiro levou ao surgimento, mais tarde, de dois sistemas de escrita mais
simplificados: a hierática (sagrada) usada pela casta dos sacerdotes, e a
demótica, escrita de uso mais comum. A escrita hieroglífica foi decifrada pelo
francês Champollion, usando a famosa “pedra de Roseta” encontrada durante uma
expedição de Napoleão ao Egito, em 1799.
Os
egípcios produziram uma literatura abundante e variada, que incluía hinos,
cantos, poesias, escritos de cunho moral e religioso, mas muito pouca coisa
chegou até nossos dias. Entre as obras que possuem um caráter filosófico
destacam-se os escritos de Ptahhotep e Amenomope. Na literatura religiosa nos
chegou o Drama Menfítico, O Livro dos Mortos e, também, o Hino do Deus Sol, que foi escrito pelo faraó
Aquenaton, quando este tentou implantar o monoteísmo no Egito.
AS ARTES
Por ter se
desenvolvido sempre sob a tutela e a orientação do Estado, arte egípcia foi
marcada pelo convencionalismo e pelo formalismo. O senso de criação e a
originalidade sempre foram tolhidos pela dependência e submissão às exigências
religiosas ou cortesãs. De maneira geral, a arte no Egito se caracterizou,
então, pelo seu conteúdo tradicional e pela sua forma conservadora. Dirigida
por um conjunto de regras, cânones e fórmulas fixas a arte tinha por objetivo a
exaltação dos deuses e dos faraós.
A
arquitetura foi a arte dominante, pois a pintura e escultura eram totalmente
submetidas a ela. Foi caracterizada pela sua grandiosidade e pela preocupação
em exaltar o poderio do Estado. Nela se destacam as pirâmides (túmulos dos
faraós) construídas no Antigo Império, no vale do Gizé, e os templos erguidos no
Novo Império. Os mais importantes, por sua grandiosidade e beleza são os
templos de Luxor e Carnac. Também são dignos de destaque as mastabas (túmulos
da nobreza) e os hipogeus, que são necrópoles subterrâneas ou cavadas na rocha,
que ficam localizadas no Vale dos Reis.
A pintura
e a escultura nunca alcançaram a condição de artes independentes, com autonomia
de criação. Estiveram sempre subordinadas aos imperativos da arquitetura, arte
por excelência, no Egito Antigo. Na escultura são famosas as estátuas dos
faraós do Novo Império como, por exemplo, a gigantesca estátua de Ramsés II na
entrada do templo de Abu-Simbel. A pintura egípcia, por sua vez, desconhecia
totalmente as leis da perspectiva. Inconfundível, ela retrata o corpo humano de
uma forma convencional: os olhos, ombros e tronco de frente; rosto e membros de
perfil.
AS CIÊNCIAS
As
ciências que se desenvolveram no Egito Antigo tinham sempre um caráter prático
e utilitário, isto é, resultaram de necessidades objetivas geradas pelo esforço
humano para dominar a natureza e reproduzir sua existência. Não eram, então,
ciências abstratas e de cunho especulativo, mas sim conhecimentos que podiam
ser aplicados na solução de problemas concretos como prever as cheias do rio,
demarcar terras, construir sistemas de irrigação, edificar templos etc. Nesse
sentido, as ciências que os egípcios mais desenvolveram foram a astronomia, a
matemática e a medicina.
A
astronomia nasceu da astrologia e foi desenvolvida pelos sacerdotes como
decorrência da necessidade de prever as inundações do Nilo. Os egípcios criaram
um calendário solar, dividindo o ano em 365 dias e os dias em 24 horas. Na
matemática, desenvolveram, principalmente, a aritmética e a geometria. Esta, em
especial, atingiu grande avanço, que pode ser comprovado na perfeição que marca
a construção de pirâmides e templos. A medicina também foi muito avançada,
devido ao estudo do corpo humano, que foi estimulado pelos processos de
mumificação.
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