O SIGNIFICADO DA GUERRA
Após um período relativamente longo de paz e prosperidade que se estendeu por cerca de quatro décadas, e que ficou conhecido como a “belle époqhe”, a Europa mergulhou, em agosto de 1914, num conflito que assinalou, de fato, o fim de uma era e o início de uma nova etapa na história da humanidade. A I Grande Guerra, pelas profundas mudanças que implicou nas relações internacionais e pelo impacto das transformações econômicas, sociais e político-ideológicas que desencadeou é considerada, por muitos historiadores, o verdadeiro marco que assinala o início do século XX. Muitos estudiosos consideram também a I Guerra como o início de um conflito que, apesar de uma pausa de duas décadas, só seria finalizado em 1945, ao final da II Guerra Mundial.
O atentado contra Francisco Ferdinando, príncipe herdeiro do império austríaco, em junho de 1914 na cidade de Sarajevo, serviu de estopim para um conflito que logo se generalizou, arrastando as potências européias e, em seguida, se estendendo para outras regiões do planeta. Apesar de sua dimensão mundial, entretanto, o continente europeu foi o palco principal onde se desenrolou a maior parte da tragédia. Foi uma verdadeira catástrofe para os países europeus diretamente envolvidos no conflito. Foi pela primeira vez, também, uma guerra total na medida em que toda a capacidade econômica e toda a população dos países beligerantes foram mobilizadas para o esforço de guerra ou foram atingidas pelos seus efeitos. As inovações tecnológicas e o poderio industrial aplicados à guerra aumentaram extraordinariamente a capacidade humana de destruir e matar. O resultado foi uma verdadeira carnificina e uma destruição material sem precedentes na História.
A Primeira Grande Guerra alterou também as relações de poder em escala mundial, pondo fim a um período em que a Europa havia estabelecido sua hegemonia sobre o resto do mundo. O conflito deixou as potências européias devastadas ou, no mínimo, arruinadas e abriu um período de crise profunda do capitalismo. Ao mesmo tempo em que a crise se aprofundava, ocorria a primeira grande ruptura do sistema, com a eclosão da revolução socialista na Rússia. Após a Segunda Guerra se completaria esse re-ordenamento do sistema mundial, com a definitiva substituição da hegemonia britânica pela liderança do emergente imperialismo norte-americano. A nova hegemonia anglo-saxônica passaria a enfrentar, no entanto, um novo desafio que viria agora do comunismo, na medida em que se consolidava a revolução e avançava a industrialização da União Soviética.
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