Depois período de governo de Leonid Brejnev (1964-82), que corresponde ao momento de apogeu do modelo econômico planificado, teve início a crise que culminaria com o colapso do comunismo e a desintegração da própria URSS. Entre 1982-85, a União Soviética foi governada por Tchernenko, e depois por Andropov. Com a morte deste último, a direção do país passou para as mãos do líder Mikhail Gorbatchev (1985-91).
Quando Gorbatchev assumiu o poder, o modelo econômico soviético já dava sinais claros de esgotamento: a baixa produtividade do trabalho e da agricultura coletivizada, a escassez constante e a baixa qualidade dos bens de consumo, e a incapacidade do modelo planificado e excessivamente centralizado de acompanhar o ritmo das transformações econômicas que o mundo ocidental passou a viver com a chamada revolução científico-tecnológica.
Forçada a manter os altos gastos militares devido à nova guerra fria desencadeada pelo governo Reagan, a combalida URSS ainda sofria o desgaste provocado pela guerra no Afeganistão. Pressionado pela guerrilha muçulmana, o governo afegão de Babrak Karmal pedira apoio para Moscou que, em 1979, enviou tropas para a região. A guerra no Afeganistão se transformou num pesadelo para as tropas soviéticas, que enfrentaram uma desgatante guerra de gerrilhas contra os mujahedins alojados nas montanhas que tinham o apoio logístico dos EUA e do Irã.
No plano político, a repressão e a censura durante décadas levaram à desmobilização e à apatia da sociedade e a política de partido único, ao eliminar qualquer espaço para a crítica e para a oposição contribuiu para a burocratização e corrupção de um regime que, nessa altura dos acontecimentos, não tinha mais qualquer apoio popular e se sustentava exclusivamente no seu aparato policial e em setores das forças armadas além, obviamente, dos quadros do Partido Comunista.
As reformas de Gorbatchev, que pretendiam reverter esse quadro de crise, através da reestruturação econômica (Perestorika) e da liberalização política (Glasnost), chegaram tarde demais. No fim da década, movimentos separatistas nas repúblicas bálticas e transformações no leste europeu precipitaram o colapso do comunismo. Em 1991 os comunistas tentaram reagir através de um golpe que foi frustrado pela resistência dos reformistas encabeçados por Boris Ieltsin, e no final de 1991 a URSS se desintegrou.
A CRISE DO COMUNISMO NO LESTE EUROPEU
O primeiro país a abrir suas fronteiras para o ocidente foi a Hungria, mas o ponto de partida para a crise do comunismo nos países da Europa Oriental foi a queda do muro de Berlim, em 1989. O fato repercutiu imediatamente em todo mundo. Na China, o Partido Comunista precisou reprimir grandes manifestações pró-democracia, numepisódio que ficou conhecido como “massacre da Praça da Paz Celestial”.
Na Europa, os acontecimentos se processaram num ritmo surpreendentemente rápido e, no ano seguinte, se dava a reunificação da Alemanha e a queda do regime comunista na Polônia, Tchecoslováquia e Bulgária. De maneira geral, os partidos comunistas que governavam esses países mudaram de denominação ou seus quadros se fundiram com outros grupos políticos mas, na prática, continuaram controlando as instituições de poder.
A transição para uma economia de mercado e a realização de eleições pluripartidárias ocorreu de maneira pacífica, com exceção da Romênia, onde o ditador Nicolau Ceaucescu tentou resistir às mudanças e foi derrubado por um levante popular. Ainda em 1990, a Iugoslávia começava a se desintegrar, com a independência da Croácia e da Eslovênia. A reação sérvia aos movimentos separatistas na Bósnia e em Kosovo geraria dois conflitos violentos na região balcânica. Um plebiscito, realizado em 1993, promoveu a separação entre a República Tcheca e a Eslováquia, episódio que ficou conhecido como “Revolução de Veludo”.
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