Entre os pensadores do Renascimento que descreveram sociedades utópicas, destacam-se:
THOMAS MORUS (1478-1535), um dos principais representantes do renascimento inglês, escreveu uma obra que é considerada precursora do pensamento socialista. Na Utopia, depois de descrever a dramática situação da população pobre da Inglaterra, na época dos “cercamentos”, ele projeta uma sociedade ideal numa ilha imaginária. Lá, não existindo mais a propriedade privada, os homens vivem na mais completa igualdade e solidariedade. O governo era escolhido pelo povo entre os mais sábios e não havia injustiças nem perseguições. Morus ocupou importantes cargos na corte inglesa e chegou a ser chanceler, mas acabou condenado à morte por Henrique VIII por discordar de sua política religiosa, quando este entrou num enfrentamento com a Igreja Católica que culminou com a Reforma Anglicana.
FRANCIS BACON (1561-1626) foi um estadista e filósofo inglês, que é considerado por muitos o inventor do método experimental e fundador da ciência moderna. Por isso mesmo, Bacon foi o precursor de uma corrente da epistemologia moderna, denominada empirismo. Pode parecer estranho que alguém, cuja vida pública e privada tenha sido marcada pela falta de escrúpulos morais (foi condenado por corrupção e proibido de exercer cargos públicos), tenha escrito uma obra de caráter utópico. Mas a Nova Atlântida de Francis Bacon seria mais uma precursora das “utopias totalitárias” do que a descrição de um paraíso de justiça e igualdade entre os homens. Ela é apenas a primeira parte de uma obra que ficou inacabada, onde o filósofo concebe um Estado ideal que seria regulado cientificamente.
TOMMASO CAMPANELLA (1568-1639) foi um dominicano italiano que elaborou uma outra utopia famosa, numa obra de inspiração platônica intitulada A Cidade do Sol. Nessa comunidade, governada pelo sacerdote Metafísico, não existe propriedade privada nem egoísmo e tudo é de uso comum. Além disso, lá se trabalha muito pouco e, mesmo assim, existe abundância e não ocorrem crimes de qualquer tipo. Campanella foi acusado de heresia e condenado por participar de uma revolta junto da população pobre da Calábria. Foi libertado, tempos depois, por causa das petições enviadas ao papa intercedendo em seu favor.
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