História do Século XX: A Política Externa dos EUA no fim da Guerra Fria


OS EUA NA ERA REAGAN

A crise recessiva que atingiu o capitalismo mundial nos anos 1970, agravada pela elevação dos preços do petróleo foi superada pela revolução científico-tecnológica e pela adoção da política econômica neoliberal nos EUA (Ronald Reagan) e na Inglaterra (Margareth Tatcher). No plano externo, o governo republicano de Ronald Reagan (1980-88) adotou uma política agressiva e belicista que passou a caracterizar a chamada “nova guerra fria”. Na América Central, além da pressão exercida sobre a revolução nicaragüense, os EUA fizeram intervenções em Granada (1983) e no Panamá (1989). Na África Austral, juntamente com o governo da África do Sul, Washington deu sustentação para os movimentos guerrilheiros de direita que se opunham aos governos de tendência socialista da Frente para Libertação Nacional de Angola (FLNA) e da Frente para Libertação de Moçambique (FRELIMO) que tinham assumido o poder nas ex-colônias portuguesas, em meados da década de 70. No Oriente Médio, além do envolvimento na Guerra Irã X Iraque (1980-88) os EUA apoiaram a guerrilha muçulmana que lutava contra os russos no Afeganistão.


A “PAX AMERICANA”

Com o colapso da URSS, no início da década de 90, desapareceu o sistema bipolar que caracterizou as relações internacionais durante a guerra fria. O fim da bipolaridade, entretanto, não encaminhou o mundo para uma época de estabilidade e paz como chegou a anunciar entusiasticamente o presidente americano George Bush (1988-92). Enquanto os EUA procuravam estabelecer sua hegemonia em escala mundial, baseados no seu poderio militar espalhado pelo planeta, conflitos motivados por diversos fatores explodiam em várias partes do mundo. Em 1991 os EUA lideraram a coalizão de países que, com a aprovação da ONU, expulsou Saddam Hussein do Kwait. Durante o governo do democrata Bill Clinton (1992-2000) os EUA fizeram intervenção militar na Somália, assolada pela fome e por conflitos tribais e no Haiti, mergulhado numa instabilidade crônica, que periodicamente faz crescer a pressão de refugiados na costa americana. Através da OTAN os americanos também intervieram na Bósnia e em Kosovo para por fim aos massacres promovidos pelos sérvios e conter um conflito que ameaçava alastrar-se pela região que tem importância estratégica.


OS ATENTADOS TERRORISTAS CONTRA OS EUA

Ao longo da década de 90 foi surgindo, claramente, um novo desafio aos EUA e à sua tentativa de impor uma hegemonia em nível mundial. O terrorismo promovido por grupos radicais islâmicos, destacando-se organizações extremistas como a Al-Qaeda, passou a atacar alvos americanos em várias partes do mundo. Em 1993, uma explosão no subsolo do World Trade Center anunciava a nova ameaça. Em agosto de 1998, atentados com bombas destruíram as embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia. Em retaliação, o presidente Clinton ordenou o bombardeio das bases da Al-Qaeda no Afeganistão e no Sudão, onde a única fábrica de medicamentos foi destruída, por ter sido “confundida” com uma fábrica de armas químicas. Dois anos depois, o navio de guerra americano USS Cole, ancorado no Golfo Pérsico, foi atingido por uma explosão que vitimou vários marinheiros, e também foi atribuída à Al-Qaeda. No dia 11 de setembro de 2001, os atentados que derrubaram as torres do WTC e vitimaram quase 3.000 pessoas chocaram os EUA e a opinião pública no mundo inteiro. O presidente George W. Bush convenceu os norte-americanos da necessidade de “dar uma resposta firme e punir” os responsáveis pelo atentado.

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