A etapa histórica que se estende do final da II Guerra Mundial até a década de 1970, corresponde ao período de hegemonia norte-americana sobre a economia mundial. Os EUA saíram fortalecidos do conflito e tinham estendido sua influência econômica e militar por todo o planeta. Mas a URSS também emergiu do conflito como uma superpotência e enormemente prestigiada pelo papel que cumpriu na derrota do nazismo. Liderando um bloco de países socialistas na Europa Oriental, a URSS tentou assumir a direção de um movimento comunista mundial, na medida em que o socialismo se expandia também na Asia (China, Coréia, Indochina), na América (Cuba) e na África (Argélia, Angola, Moçambique).
Embora nunca tenham entrado em conflito direto, as superpotências que representavam modelos sócio-econômicos diametralmente opostos(capitalismo e socialismo), travaram um acirrado confronto político-ideológico que moldou a ordem mundial do pós-guerra. Nesse enfrentamento, EUA e URSS procuravam controlar as regiões estratégicas do planeta e manter ou ampliar suas respectivas esferas de influência alinhando o maior número de países às diretrizes de sua política externa.
A Guerra Fria envolveu pressões econômicas e diplomáticas e intensa propaganda que, através de um discurso maniqueísta, procurava demonizar o oponente. Enquanto, de um lado os americanos procuravam ressaltar a opressão e a falta de liberdade nos países comunistas, de outro, os soviéticos denunciavam a dominação imperialista sobre os povos de todo mundo, e as desigualdades sociais presentes nos países capitalistas. É interessante lembrar que os EUA não hesitaram em apoiar golpes e regimes ditatoriais ou fazer intervenções militares em qualquer lugar do mundo, sempre que seus interesses econômicos ou estratégicos estivessem ameaçados.
Além disso, uma corrida armamentista, acompanhada depois pela corrida aeroespacial, gerou o que se convencionou chamar de “equilíbrio do terror”. Baseados no princípio da dissuasão mútua americanos e soviéticos produziram um gigantesco arsenal nuclear com uma capacidade de destruição jamais sequer imaginado. A ordem mundial bipolar, que se estendeu até o fim da década de 80, vivenciou vários momentos de tensão entre as superpotências e “conflitos periféricos”, por vezes bastante violentos, também se desenrolaram durante todo esse período.
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