A Revolução Chinesa tem raízes numa longa tradição de revoltas camponesas que desde a Antiguidade, convulsionaram o império chinês. Na segunda metade do século XIX essa massa camponesa, maioria esmagadora da população, e o povo pobre das cidades estavam submetidos a uma tripla exploração: por parte dos grandes latifundiários chineses, por parte da burguesia burocrática ligada ao império, e ainda por parte dos representantes dos interesses capitalistas estrangeiros instalados no país. Grandes rebeliões que ocorreram nessa época, como a Revolta Taiping que sacudiu a China entre 1845-60, foram reprimidas com brutalidade.
A maior rebelião conta a dominação estrangeira, a Revolta dos Boxers (1900) também foi sufocada num verdadeiro massacre, por tropas das potências ocidentais. Desde a Guerra do Ópio (1840-42), quando os ingleses forçaram a abertura dos portos chineses e se apoderaram de Hong Kong, cresceu gradativamente a dominação capitalista na China. A derrota na Guerra Franco-Chinesa (1884-85) e tratados desvantajosos assinados com a Alemanha, a Rússia e os EUA abriram o mercado chinês para a penetração de outras potências. Com vitória na Guerra Sino-Japonesa (1894-95) o Japão anexou a Coréia e também passou a exigir sua parcela na espoliação do velho império. Mas foi especialmente pela pressão americana que adotou-se uma política de “portas abertas” na China, que se transformou em verdadeira rapinagem sobre seu território e sua população.
No início do século XX a decadente dinastia Manchu foi derrubada pelo movimento republicano liderado por Sun Yat-Sen que, em 1912, fundou o Kuomintang (Partido Nacional do Povo). Em meio a golpes de estado, agitações e revoltas a China mergulhou numa crise profunda, e o poder dos grandes latifundiários na prática estabeleceu uma “república dos senhores da guerra”. O Partido Comunista Chinês, que foi fundado em 1921, aceitou inicialmente uma aliança com os nacionalistas para lutar contra a presença estrangeira na China.
Quando Chiang Kai-shek assumiu a liderança do Kuomintang, porém, os nacionalistas mudaram sua posição e, entre 1927-34 promoveram vários massacres contra os comunistas, além de reprimir com violência as rebeliões que ocorriam na zona rural e as manifestações populares nas cidades. Reduzidos e acuados, os comunistas mudaram de estratégia e, depois da Longa Marcha (1934-35) refugiaram-se em Shinsei, uma província ao norte da China. De lá começaram um movimento que aos poucos se alastrou e ganhou apoio da população nas regiões vizinhas. Nos territórios que iam sendo libertadas, a reforma agrária e outras medidas populares adotadas pelos comunistas lhes garantiam apoio e consolidavam seu poder e prestígio junto às massas.
A invasão japonesa, em 1937, levou a uma nova aliança entre o Kuomintang e o PC para lutar contra as tropas nipônicas, mas com a derrota e a retirada do Japão, no final da II Guerra Mundial (1945), nacionalistas e comunistas voltaram a se enfrentar. Enquanto o Exército Vermelho ganhava cada vez mais apoio da população, as tropas do Kuomintang, armadas e financiadas pelos EUA, promoviam abusos, violência e pilhagem contra a população, além da notória corrupção de seus altos oficiais. A guerra civil se estendeu até 1949, quando os comunistas, liderados por Mao Tse-Tung, assumiram o poder proclamando a República Popular da China. Chiang Kai-shek e os remanescentes do seu exército se refugiaram na ilha de Taiwan, onde fundaram a China Nacionalista, que passou a ter representação na ONU.
No início da década de 50 foi eliminada a resistência interna e o governo comunista empreendeu a reforma agrária. Em 1953, com o fim da Guerra da Coréia e a consolidação interna da revolução, a China adotou o seu primeiro plano quinquenal, cujos resultados foram decepcionantes. A tentativa de promover uma modernização acelerada projetada pelo chamado “Grande Salto Para Frente”, em 1958, também redundaram em fracasso. Cresceram os conflitos internos no PC e Mao perdeu espaço para os seus opositores dento do Partido. A década de 60 traria mudanças importantes nos rumos da Revolução Chinesa.
Não acrediiiiito!
ResponderExcluirNão vou ler agora, mas nesse momento minha vida mudou. Saiba o senhor, professor, que também tenho blog e seria uma honra para meus posts tê-lo por lá. Também virei visitar!
um beijo
Muito bom !!
ResponderExcluirameii..