No início da década de 60, o governo sul-vietnamita autoritário, corrupto e sem qualquer apoio popular, dirigido por Dihn Dien, só se mantinha no poder graças ao respaldo dos EUA que financiava o regime e armava suas tropas. Os primeiros conselheiros militares americanos foram enviados para o Vietnã do Sul pelo presidente Kennedy. Mas foi a partir de 1965, no governo Lyndon Johnson, que cresceu significativamente a presença norte-americana no Vietnã. Em 1967, os EUA já haviam desembarcado quase meio milhão de soldados na Indochina. Washington tinha se convencido de que, se não interviessem no sudeste asiático, o comunismo se espalharia por toda a região (“efeito dominó”).
Para compensar a superioridade bélica dos EUA, os guerrilheiros vietcongs travaram uma guerra de desgaste com as tropas americanas e usavam a floresta fechada para se refugiar. A resistência obstinada dos vietnamitas levou os americanos a promover o bombardeio das florestas da região com napalm (“agente laranja”) e outros produtos químicos. Em 1968, entretanto, os vietcongs numa grande campanha, chamada de “ofensiva do tet”, impuseram derrotas em várias frentes para as forças americanas. Ficou claro, a partir desse momento, que apesar de todo seu poderio militar, uma vitória dos EUA no Vietnã se tornara impossível. Enquanto isso, os massacres cometidos contra a população chocavam a opinião pública e faziam crescer o apoio internacional à luta dos vietnamitas. Além disso, nos EUA o movimento pacifista e a pressão para retiram o país da guerra cresciam sem parar. Nixon se elegeu prometendo retirar o país do Vietnã, mas “com honra”.
Foi justamente na fase final da guerra, que os EUA realizaram bombardeios maciços também sobre Hanói e as principais cidades e portos do Vietnã do Norte. Foi também nesta fase que as tropas americanas passaram a realizar ataques em território do Laos e do Camboja. Nesse meio tempo, as negociações diplomáticas culminaram, em 1973, com a assinatura dos acordos de Paris, firmado entre o secretário americano Henry Kissinger e o líder vietnamita Le Duc Tho. A retirada norte-americana, entretanto, só se completou em 1975, quando os vietcongs tomaram Saigon. No ano seguinte, os comunistas promoveram a reunificação do Vietnã e começaram os esforços para recuperar um país arrasado por uma guerra que causou cerca de três milhões de vítimas. A retirada americana levou os comunistas também ao poder no Laos e no Camboja, onde o ultra-radical Khmer Vermelho, comandado por Pol-Pot, promoveu tamanhas atrocidades que forçaram uma intervenção vietnamita em território cambojano, em 1978.
Comentários
Postar um comentário